
Aqui um exemplo da nata de nossa sociedade, aquela apontada pela célebre obra "A cabeça do Brasileiro" como a fina-flor da ética no brasil, numa demonstração de virtude e correção.
O engarrafamento do fim do mundo está próximo
Uma imagem comum no trânsito, já citada por aqui, é a do motorista competitivo, aquele que precisa chegar antes, cujo objetivo principal não é chegar ao destino, mas passar um mínimo de tempo no caminho.
Há um tempo fiz o que chamei de "voto de castidade": mantenho o carro rigorosamente dentro do limite de velocidade permitido.
O que me espantou foi que não passei a gastar muito mais tempo no trajeto. A diferença é mínima. Os 40 minutos que gastava no meu trajeto diário, quando morava em BH, passaram a ser 45. Ganhar cinco minutos não justificava o risco de ser multado por uma distração momentânea. Desde então, nunca recebi nenhuma multa, e já vão cinco anos.
Ainda, manter o carro em velocidade constante, sem a rotina de reduzir nos pontos de fiscalização e acelerar novamente, reduz muito o consumo de combustível.
Até agora, tem valido a pena
Depois de alguns milhares de quilômetros rodados nas férias, cheguei a uma conclusão: o sensacionalismo do jornalismo não se restringe ao noticiário policial e político.
Apesar das notícias de estradas em péssimo estado, quando não intransitáveis, rodei sem problemas pelo menos por duas apontadas entre as mais problemáticas: a BR040, de Brasília a Belo Horizonte, e a BR381 (que só é chamada assim nos noticiários - na sinalização aparece como BR262), de Belo Horizonte a Vitória.
Não que eu tenha encontrado estradas perfeitas, mas sinceramente, nunca encontrei as mesmas estradas em tão bom estado. Minha viagem de Belo Horizonte a Vitória foi a mais rápida e mais tranqüila que já fiz em toda minha vida (respeitando rigorosamente os limites de velocidade); só em Manhuaçu a coisa estava realmente horrível, mas isso é comum por lá. A viagem de Brasília a BH também foi muito tranqüila.
Noticiou-se constantemente que a BR101 ao norte de Vitória estaria intransitável, o que nos fez desistir de passar o ano novo em itaúnas, mas alguns conhecidos que arriscaram não encontraram maiores problemas.
Na viagem de volta, os noticiários diziam que a BR381 (ou 262) estava bem pior após as chuvas da semana anterior; não encontramos nada pior do que na viagem de ida.